sábado, 11 de setembro de 2010

Viagens Teóricas I

"Toda viagem se destina a ultrapassar fronteiras, tanto dissolvendo-as como recriando-as. Ao mesmo tempo que demarca diferenças, singularidades ou alteridades, demarca semelhanças, continuidades, ressonâncias. Tanto singulariza como universaliza. Projeta no espaço e no tempo um eu nômade, reconhecendo as diversidades e tecendo as continuidades. Nessa travessia, pode reafirma-se a identidade e a intolerância, simultaneamente à pluralidade e à tolerância.

À medida que viaja, o viajante se desenraiza, solta, liberta. (...) Tanto se perde como se encontra, ao mesmo tempo que se reafirma e modifica. No curso da viagem há sempre alguma transfiguração, de tal modo que aquele que parte não é nunca o mesmo que regressa." (Octavio Ianni em Enigmas da Modernidade Mundo, 2000)

“...só os viajantes são inteiramente humanos (...) os viajantes exercem, em sua plenitude, a prerrogativa máxima da espécie; a de cortar, consciente e voluntariamente, por algum tempo ou para sempre, os vínculos com o país de origem... viajar é um ato de liberdade...” (Sérgio Paulo Rouanet em A Razão Nômade - Walter Benjamin e outros viajantes, 1993)

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